Mulher teria dado novas declarações após corpo do filho ser encontrado.
Evidência de homicídio levou juiz a decretar prisão do padrasto e da mãe.
Natália foi presa na noite de domingo (11) junto com o marido, principais suspeitos de participar da morte do menino Joaquim (Foto: Márcio Meireles/EPTV) |
A mãe do menino Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, encontrado morto depois de cinco dias desaparecido, disse à Polícia Civil que estava sendo ameaçada de morte pelo atual marido porque queria se separar dele. A afirmação é do promotor de Justiça Marcus Túlio Nicolino, que acompanhou o depoimento da psicóloga Natália Ponte na tarde de domingo (10), na Delegacia de Investigações Gerais de Ribeirão Preto (SP). O caso está sendo investigado como homicídio, segundo Nicolino.
Natália e o marido, o técnico Guilherme Longo, foram os últimos a ter contato com Joaquim, antes de seu desaparecimento na madrugada da última terça-feira (5). O casal foi preso na noite de domingo, após ter a prisão temporária decretada por 30 dias. Para a Polícia Civil, Longo é considerado o principal suspeito do crime, porém, não é descartada a participação de Natália no desaparecimento e na morte da criança.
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O corpo do garoto foi encontrado no domingo pelo dono de um rancho, boiando no Rio Pardo, em Barretos (SP). O velório acontece em São Joaquim da Barra (SP), onde Joaquim deve ser enterrado na tarde desta segunda-feira (11).
Histórico de agressões
Segundo o promotor Marcus Túlio Nicolino, Natália pensava em se separar de Longo porque ele teria voltado a usar cocaína - o rapaz conheceu a mãe do menino quando fazia tratamento contra a dependência química. No dia do sumiço de Joaquim, o padrasto confirmou à polícia que saiu durante a madrugada para comprar drogas, não encontrou o que procurava, e retornou para casa pouco tempo depois.
“Numa certa oportunidade, uns dias antes, num acesso de cólera, ele teria dito que jogaria o filho do casal, um bebê de quatro meses, contra a parede, caso ele não parasse de chorar. Isso mostra que ele era agressivo”, afirmou Nicolino, dizendo acreditar que o padrasto seja o principal suspeito da morte do garoto. “Ele não se abalou quando soube que encontraram o corpo. Em todo o momento demonstra ser um cara frio e calculista.”
Investigação
Nicolino reafirmou que os exames iniciais feitos pelo Instituto Médico Legal (IML) revelaram que o pulmão de Joaquim não apresentava água, o que descarta a possibilidade de morte por afogamento e evidencia a suspeita de homicídio. O promotor relembrou que, na última quarta-feira (6), cães farejadores da Polícia Militar haviam indicado que o menino e o padrasto fizeram o mesmo percurso da casa da família até um córrego na região.
“Nós temos a certeza de que o menino foi morto e jogado nas águas. Isso foi reforçado pelo fato não terem surgido evidências da participação de terceiros. O menino foi encontrado com a parte de cima do pijama, então realmente foi retirado da casa naquela madrugada e os únicos que estavam no local eram a mãe e o padrasto”, afirmou o promotor.
O delegado Paulo Henrique Martins de Castro, que chefia a investigação, não informou o local onde Natália e Longo permanecem detidos, mas confirmou que ambos devem prestar novos depoimentos. “Temos muitas diligências a serem feitas e não podemos passar muitos detalhes para não atrapalhar as investigações”, explicou Castro, afirmando que familiares também serão convocados para prestarem esclarecimentos.
Depoimento controverso
As novas declarações de Natália divergem das entrevistas concedidas por ela na última semana, quando afirmava que a família tinha boa relação e que não suspeitava da participação do marido no desaparecimento do filho.
Longo também negou envolvimento e chegou a descrever sua relação com o garoto como perfeita. Apesar de admitir a dependência química, o padrasto disse que o vício nunca interferiu no relacionamento entre ele e Joaquim. "Era uma convivência de pai e filho", disse Longo em entrevista ao Jornal da EPTV, na última quinta-feira (7).
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