Produto agrega mais valor com a decisão do governo chinês em estimular o seu uso na construção civil
Fonte: SICM (Secretária de Indústria, Comercio e Mineração
A
seis meses do início de sua operação de extração de vanádio em Maracás,
na Bahia, a companhia canadense Largo Resource revisou sua estimativa
de retorno do investimento feito no projeto.
A
princípio, o investimento de US$ 275 milhões para colocar a mina em
produção traria uma taxa interna de retorno (TIR) de 26,3%.
No
entanto, a melhora das projeções para o preço do vanádio poderá
permitir que a companhia obtenha uma taxa de até 40%, segundo Nilson
Luciano Chaves, diretor financeiro da Largo. Em geral, um retorno
razoável para projetos de mineração é de 15%, segundo especialistas.
A
estimativa do mercado para o preço do vanádio subiu recentemente após o
governo chinês ter elevado a exigência do metal em ligas usadas na
construção civil. "Após os danos causados pelos terremotos que atingiram
o país nos últimos anos, o governo chinês identificou a necessidade de
elevar o teor de vanádio nas ligas", diz Chaves.
A
exigência passa de 0,023% de vanádio para 0,05%. O valor ainda é
inferior ao exigido nos Estados Unidos, de 0,8%, mas o aumento é
rapidamente embutido nas projeções de preços pois a China é o maior
consumidor global de metais para construção.
O
vanádio, cujo preço é estabelecido diretamente pelas empresas, custa
atualmente cerca de US$ 6,8 por libra peso. As estimativas do mercado
apontam para US$ 10,6 em 2014 e de US$ 11,9 em 2015, valor que leva ao
cálculo da TIR de 40%. segundo Chaves. O custo de produção do pentóxido
de vanádio do projeto de Maracás é de US$ 2,10 por libra-peso, diz o
executivo.
Em
relatório, analistas da consultoria Roskill dizem que o aumento do
consumo chinês afetará o equilibrio entre a oferta e a demanda do metal
já a partir de 2013, o que deverá impulsionar os preços. No entanto,
ressalvam que além da exploração na Bahia, há outros projetos novos no
mundo, o que poderá ser um risco para a projeção de aumento expressivo
dos preços. Entre eles está a mina de Windimurra, da empresa Atlantic,
na Austrália, que entrou em operação em 2012 e deverá atingir capacidade
para produzir 6,3 mil toneladas de vanádio contido ao ano ainda este
ano.
Neste
momento, o projeto da Vanádio Maracás, subsidiária da Largo Resources e
dona da operação, está 70% construído, e a estimativa da companhia é de
começar a produzir no último trimestre deste ano. Em 2014, a companhia
pretende chegar a um volume de 9,6 mil toneladas por ano de pentóxido de
vanádio, sendo cerca de 5,5 mil toneladas de vanádio contido.
Além
do uso nas ligas de aço, o vanádio - metal altamente resistente a
choques e à corrosão - é usado nas indústrias bélica, aeronáutica,
aeroespacial, na produção de aço inoxidável para instrumentos cirúrgicos
e ferramentas. A Vanádio de Maracás é a primeira empresa a explorar o
metal em solo brasileiro.
No
exterior, as maiores reservas do metal estão concentradas na África do
Sul, na China e na Rússia, que abastecem o mercado mundial com 97,5% do
total produzido, segundo o Departamento Nacional de Produção Mineral
(DNPM). Em 2011, o Brasil importou 1,2 mil toneladas de liga
ferro-vanádio, no valor de US$ 24,9 milhões, ainda segundo o DNPM.
Fonte: SICM (Secretária de Indústria, Comercio e Mineração
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